Durante muito tempo o medo de arriscar, de criar, invadiu-me. Talvez
porque era censurada, de certa forma, pelos mais próximos, por tudo o que dizia
ou fazia. Isso fez com que deixasse de exteriorizar o que pensava e portanto
tornei-me mais introspectiva, limitando-me a fazer observações sem intervir por
atos ou palavras. Isso moldou-me muito, e não da melhor forma. Comecei a
ter algum receio de escrever, ou de fazer o que mais gostava, e sobretudo em
publicar. Aos poucos foi crescendo em mim a mania do perfecionismoe, que por saber que nunca o atingiria, não me dedicava ao que
realmente me fazia sentir bem, pois não conseguia atingir o “estatuto” que
tanto desejava. Por ter medo de errar não arriscava, e o maior erro que cometi
foi precisamente ter medo de errar. Felizmente, acho que já ando a tentar
superar isso, e este blog é uma prova disso.
É frustrante publicar e saber que as pessoas veem os meus trabalhos: fotografia, escrita, vídeos, e no entanto não
deixam qualquer comentário de forma a dar-me a entender que gostaram, ou não,
acabando eu por saber de uma forma muito indireta, muito muito tempo depois, através
de outrem.Portanto considerei sempre inútil publicar o que fosse, pois nunca
percebi se, de facto, as pessoas se interessavam ou não pelas minhas
publicações, uma vez que não deixavam qualquer tipo de observação (virtual ou
pessoalmente). Contudo, isso não me vai impossibilitar de publicar, porque
quero deveras fazê-lo.
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